O PECADO SEM POSSIBILIDADE DE PERDÃO
Marcos 3: 28 – 29
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I João 5: 16 – 17
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Mateus 12: 31 – 32
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Questão levantada em 03 de Agosto de 2014
Há pecado sem perdão? O que dizer de pecado para a morte?
Os judeus
distinguiam duas classes de pecados. Havia os pecados que um homem cometia
involuntariamente, ou ao menos, não deliberadamente. Estes eram os pecados que
se podia cometer por;
1.
Ignorância.
Onde o conhecimento da lei era incapaz de esclarecer ao pecador a inocorrência
do erro que ele estava cometendo. Ou seja a falta de conhecimento o isentava da
culpa do pecado, porém não inteiramente, sansões eram impostas objetivando
lembra-lo que dantes houvera cometido tal pecado.
2.
Auto controle.
Quando o pecador era arrastado ao pecado por algum impulso descontrolado ou num
momento de forte emoção, quando suas paixões eram tão intensas que escapavam ao
domínio da vontade. Esses eram os pecados pelos quais os incorrentes podiam ser
perdoados.
Também eles
identificavam uma outra classe de pecados, pelos quais não buscavam perdão para
os que cometia, estes eram os pecados cometidos com a intensão do ato.
Pecado intencional
são aqueles cometido deliberadamente, quando o pecador tinha plena consciência
de estar pecando; o pecado do homem que orgulhosamente desafiava a vontade de
Deus, fazendo sua própria vontade. O sacrifício podia expiar os pecados da
primeira classe; mas para os pecados de soberba deliberados, não havia
sacrifício que pudesse expiá-los.
Blasfêmia
Blasfemar consiste no ato de falar injuriosamente
contra uma divindade, o termo deriva do Latim tardio “Blasphemare” e do Grego “βλασφημέω” cujo significado em ambas as situações é “Eu prejudico a
reputação”.
Propostas
Segundo o teólogo Alfred Plummer. A
visão do pecado sem perdão pode ser classificada das seguintes formas;
1. Os pecados de morte são aqueles passíveis de morte. Mas é
claro que significa muito mais. Esta passagem não está pensando naqueles
pecados que quebrantam as leis humanas, por graves que sejam.
2.
Os pecados de morte são
pecados que Deus visita com a morte, quando o castigo de Deus é a morte. Paulo
escreve aos coríntios que, por causa de seu vergonhoso comportamento na mesa do
Senhor, muitos deles estão doentes e outros dormem, quer dizer, morreram I Coríntios
11: 30; e nos sugere que a referência aponta a pecados tão graves que Deus
castigou a seus autores com a morte.
3. Os pecados de morte são pecados castigados pela Igreja com a
excomunhão. Quando Paulo escreve aos coríntios a respeito do notório pecador a
quem não tinham tratado como deveriam fazê-lo, pede que "seja entregue a
Satanás". Esta era a expressão usada para a excomunhão. Mas Paulo continua
dizendo que, grave como é semelhante castigo, e dolorosas como podem ser suas
consequências corporais, está destinado a salvar a alma do homem no dia do
Senhor Jesus I Coríntios 5: 5.
Deus perdoa todo e
qualquer pecado, independentemente da sua gravidade, mas a blasfêmia contra o
Espírito Santo não tem perdão, em nenhuma hipótese. E isso não deixa de ser assustador.
Outras correntes
trabalham essa questão baseada nas seguintes perspectivas.
1. Creem que esse
pecado ocorra quando alguém atribua conscientemente uma ação inspirada pelo
Espírito Santo a Satanás e seus demônios. Por outro lado, a própria Bíblia nos
diz para testar o que está por trás de qualquer manifestação espiritual I João
4: 1 e alerta para nos acautelarmos contra falsos profetas, vestidos em pele de
cordeiro Mateus 7: 15.
Parece absurdo,
então, pensar que, se durante esse teste, a pessoa fizer uma confusão, por
falta de discernimento espiritual, ela estaria sujeita a incorrer num pecado
sem perdão. Certamente essa também não é a resposta correta.
2. Uma outra
possibilidade é que esse pecado se refira à falta de fé em Jesus. E a menção ao
Espírito Santo deve-se ao fato de que cabe a Ele nos convencer do pecado e da
justiça divina João 16: 7 - 11. Isso porque, se as pessoas não aceitaram
Jesus é porque rejeitaram a ação do Espírito na vida delas. Mas denominar essa
descrença de blasfêmia é um exagero e essa explicação também não parece adequada.
Segundo o teólogo e
comentarista William Barclay em seu comentário sobre I João 5: 16 – 17. Temos uma
incógnita, devido ao fato de que o texto em si não nos fornece argumentos
suficiente para fechar o caso. Pois em sua visão ainda há mais
três sugestões com relação à identificação deste pecado que é o pecado
"para morte".
(a) Diz Barclay.
Há no Novo Testamento uma linha de pensamento que aponta para os pecados
posteriores ao batismo. Eram aqueles para aqueles que o batismo já havia cancelado,
mas que depois do batismo não havia perdão para o pecado. Em Hebreus achamos
rastros dessa linha de pensamento:
“É
impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa
palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra
vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para
si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” Hebreus 6: 4 – 6.
Na
terminologia da Igreja primitiva, ser iluminado era frequentemente um
termo técnico para ser batizado. Precisamente por esta razão muitos
pospunham o batismo até os últimos momentos de sua vida. Mas a verdade
essencial dessa afirmação de Hebreus é que a restauração resulta impossível
quando se voltou impossível o arrependimento. A relação não se faz tanto com o
batismo como com o arrependimento.
(b) Posteriormente
houve na Igreja primitiva uma forte linha de pensamento para a qual a apostasia
jamais poderia ser perdoada. Nos dias das grandes perseguições havia aqueles
que pensavam que os que por medo ou sob tortura negavam sua fé jamais poderiam
ser perdoados. Pois Jesus havia dito:
“Aquele
que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está
nos céus” Mateus 10:33; Marcos 8:38;
Lucas 9:26.
Mas
devemos lembrar sempre que o mesmo Novo Testamento nos relata a terrível
negação de Pedro e sua restauração por graça. Logo esse argumento se torna
vazio uma vez que a própria bíblia o refuta. Devemos nos lembrar que Jesus mesmo deu a
Pedro outra oportunidade para redimir-se. De acordo com o que sucede frequentemente,
vemos que Jesus foi sempre mais gentil e sensível e compreensivo que sua
Igreja.
(c)
Poderia argumentar-se desta mesma Carta de João que o mais terrível de todos os
pecados é negar que Jesus realmente veio na carne, porque esse pecado é nada
menos que a marca do Anticristo I João 4: 3. E se o pecado de morte deve ser
identificado com um pecado em particular, deve ser certamente com este. Mas
pensamos que há algo mais que isso.
O que a bíblia nos
diz
Retomamos o
significado do termo Grego para blasfêmia, “βλασφημέω”, em consonância com o texto de Mateus 12: 31 – 32,
vamos encontrar que esse pecado “para a morte”, consiste nessa blasfêmia. Ora Jesus
chegar a citar que até mesmo o pecado contra Ele seria perdoado, mas esse
pecado, essa blasfêmia não seria perdoada, como podemos entender isso? Podemos olhar
para o Espírito Santo como o que Ele realmente é, o Consolador, Aquele que,
segundo Jesus ficaria conosco para sempre, isso significa que é Ele quem nos
alimenta, nos alegra, nos corrige e nos dirige todos os dias.
É o Espírito Santo
quem convence o homem do PECADO da JUSTIÇA e do JUIZO. Papel desta pessoa é tão
importante e fundamental para salvação do mundo que jamais pode ser aceito que alguém
fale contra a reputação do SANTO ESPÍRITO.
A bíblia chega a
dizer que Ele é a fonte da verdade. A expressão habitar
significa um constante compartilhar da mesa dos atos, da fé, da esperança e do
amor.
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Ajudador, para que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da verdade,
o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” João 14: 16 – 17
O
Espírito Santo é Deus vivendo naqueles que creem. A Bíblia diz que o Espírito
Santo viria e habitaria em todo aquele que crer, pois promessa da sua vinda
anunciada primeiro por Joel e tantos outros e confirmada por Jesus, se cumpriu
50 dias após sua acessão aos céus.
“Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra
concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome,
aí estou eu no meio deles.” Mateus 18: 19 – 20
O Espírito Santo está presente em tempos de tribulação, paz, guerras, dor, alegrias, tristezas, em tempos de farturas e de escassez também. A Bíblia diz;
“Mas,
quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque
naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. Porque não sois vós que
falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.” Mateus 10:19-20
O Espírito Santo nos ajuda e nos ensina a adorar a Deus. Não sabemos pedir, não sabemos orar, o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. É ele que nos motiva à adoração é ele que nos mostra os feitos gloriosos de Deus em nossa vida. É ele que quebranta os nossos corações para entendermos quem nós somos e dirige o nosso olhar para Deus, autor e consumador da nossa fé. A Bíblia diz;
“Mas a
hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é
Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade.” João 4: 23 – 24.
Logo encontramos
na pessoa do Espírito Santo, o caráter, o amor, a paciência e perdão em fim
toda a essência de Deus, porque Ele é Deus. Falar contra Sua reputação
demonstra não apenas desrespeito, mas também repúdio à pessoa do próprio Deus. Paulo
falando aos Romanos nos mostrar que tal ato é considerado imperdoável, pois
assim diz a palavra;
“Porque as suas coisas
invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas,
para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.” Romanos
1: 20 - 21
Logo se Pedro negou
a Cristo e foi perdoado, o pecado dele não foi para a morte. Pessoas em
desespero muitas vezes são traídas pelas suas próprias consciências de acabam
negado o mesmo.
“Eu Humberto Lacerda,
não tenho autoridade para dizer que essas pessoas pecaram para a morte e que seus
pecados não têm perdão”
Entendemos que este “”,
esse pecado contra o Espírito Santo existe quando a pessoa incorre no ato de não
apenas resistir à ação do Espírito Santo, mas acabe se voltando contra Ele,
exigindo ser "deixada em paz". E às muitas vezes fazendo isso com
ódio e revolta.
O resultado é que o
Espírito Santo desiste de tentar convencer essa pessoa a mudar e a deixa à sua
própria sorte, como ela mesmo pediu, porque Deus não invade os nossos corações,
a nossa vida, mas dá a cada um a oportunidade de sermos salvos. E sem a ação do
Espírito Santo, nunca essa pessoa vai ter consciência dos seus pecados e
aceitar Jesus e, portanto, não será perdoada por Deus.
Que tenhamos os
nossos ouvidos desobstruídos para ouvirmos o falar do Espirito Santo. Que tenhamos
os nossos corações sensíveis para sentirmos o toque do Espírito Santo. Que retenhamos
uma mente aberta para entendermos o ensinar do Espírito Santo, que nos busca a
cada dia. Que nos ama a cada minuto. Que nos instrui a cada segundo.
Que o AMOR de Deus. Que
a GRAÇA do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo e as CONSOLAÇÕES do Santo
Espírito seja conosco hoje e eternamente.
Por Humberto Lacerda.